Acordo comercial EUA-China ameaça agronegócio no Brasil

O presidente Donald Trump cumprimenta o presidente chinês Xi Jinping antes de uma reunião bilateral no terminal do Aeroporto Internacional de Gimhae, na quinta-feira, 30 de outubro de 2025, em Busan, Coreia do Sul. (Foto oficial da Casa Branca por Daniel Torok)
O presidente Donald Trump cumprimenta o presidente chinês Xi Jinping antes de uma reunião bilateral no terminal do Aeroporto Internacional de Gimhae, na quinta-feira, 30 de outubro de 2025, em Busan, Coreia do Sul. (Fotos oficiais da Casa Branca por Daniel Torok)

Risco de queda nos preços da soja e milho e recuperação judicial no setor

Uma análise econômica divulgada nesta quinta-feira (30) pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) alerta para um aumento no risco de dificuldades financeiras no agronegócio brasileiro, incluindo um potencial crescimento nos pedidos de recuperação judicial no setor.

O motivo é a reaproximação comercial entre os Estados Unidos e a China , selada em reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping ocorrida na madrugada desta quinta-feira.

O Acordo Trump-Xi

Segundo o "Alerta Econômico", a secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, anunciou que a China concordou em remover tarifas consideradas "injustificadas" sobre a maioria dos produtos agrícolas norte-americanos. A lista inclui itens cruciais como soja, algodão, sorgo, milho, trigo, carnes bovina e suína, laticínios, frutas e vegetais.

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O acordo, classificado como um "passo importante na reaproximação comercial" e confirmado pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, prevê um compromisso robusto de compra por parte da China: ao menos 12 milhões de toneladas de soja dos EUA ainda em 2025, e 25 milhões de toneladas adicionais entre 2026 e 2028.

Impacto Imediato no Brasil

A FIEG aponta que essa reaproximação tende a provocar uma "queda adicional" nos preços internacionais de commodities agrícolas, afetando especialmente a soja e o milho, produtos em que o Brasil é um dos principais exportadores globais.

Embora o relatório note um possível efeito positivo a curto prazo – a contribuição para a desaceleração da inflação doméstica no Brasil – o impacto negativo sobre o setor produtivo é a maior preocupação.

A análise adverte que a "redução das cotações internacionais, somada à valorização recente do real, pode pressionar as margens das empresas exportadoras brasileiras".

Este cenário aumenta diretamente "o risco de dificuldades financeiras e novos pedidos de recuperação judicial no setor agroindustrial". O documento conclui reforçando a necessidade de o setor buscar proteção cambial e uma gestão de custos eficiente para preservar a competitividade nacional.

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